Ao balcão da taverna

Ao balcão reina a azáfama de Resistentes que entram e saiem depois de terem digerido a sua quota parte do precioso liquido espirituoso ao gosto de cada um.

Outros ficam e contam as peripécias travianas e mesmo da vida real.

Contam-se anedotas e alegra-se o espirito Traviano.

Assim se vão dando a conhecer pois muitos meses de convivio levam estes Travianos a unirem-se fortalecendo-se assim para os embates travianos.

Águilla

Um sujeito engravatado entra na lojinha do Abdul, no Martim Moniz, em Lisboa, e olha com desprezo para o balcão escuro, as roupas penduradas em ganchos, as caixas de papelão, os invólucros de plástico aos montes pelo chão...

Abdul irrita-se com o desprezo do tipo e resmunga:

- Está a olhar para a loja do Abdul com cara de parvo porquê?

- Com esta lojinha, Abdul tem apartamento em Cascais, tem apartamento no Algarve, tem casa no Chiado, tem quinta no campo, tem filho a estudar medicina nos Estados Unidos, tem filha estudando moda em Paris.

- Tudo só com lojinha!

- Bom dia, eu sou fiscal das Finanças!

- Muito prazer! Eu, Abdul, monhé mais mentiroso do Martim Moniz...


Águilla